quinta-feira, 27 de maio de 2010

...e tudo continua bem.

E tudo continua bem. Minha vida continua feliz. O único obstáculo para a felicidade completa é ter que acordar todos os dias razoavelmente cedo para ir estudar. Claro se fosse só para ir estudar, tudo bem. Porém, sou obrigada a me encontrar e conversar com pessoas que eu não suporto. Preciso ficar conversando sobre assuntos que não me interessam e ficar sorrindo a cada 'piada'. Em toda a escola, apenas duas pessoas me salvam. Apenas duas pessoas me fazem sorrir de verdade. Sinceramente, não saberia o que fazer sem elas. Quero dizer, não saberia como sobreviver ao meio de tantas pessoas iguais. Não é preciso perguntar nada a respeito delas para elas. Você já sabe o que irão te responder.
Depois de um dia longo, chegando em casa, escuto minhas músicas favoritas para despoluir meus ouvidos das músicas que sou obrigada a escutar no transporte escolar. Felizmente, tenho a sorte de encontrar pessoas maravilhosas ao menos virtualmente. O que compensa meu dia. De vez em quando, me deparo com caixas de cookies, ou um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate em cima da mesa, esperando para serem devorados. Abro minha mochila, e dia sim, dia não, encontro uma carta ,escrita por uma das pessoas mais admiráveis desse mundo.
E então, no fim do dia, me perco nas páginas de algum livro para perder a noção do tempo. Quando termino minha leitura, vou direto me perder nos meus sonhos.
Admito que chega a ter momentos, que fico entediada com tudo isso. Sempre as mesmas coisas, mesmas pessoas. E,são nesses momentos que fico pensando: Deve ser tedioso viver feliz para toda a eternidade. Como não vou viver para toda a eternidade, e também sei que tudo não fica tão bem como está por muito tempo, fico tranquila.
Ao meio de tudo isso, as coisas acontecendo assustadoramente bem, eu senti falta de sofrer. Eu acho que todo ser deve precisar sofrer de vez em quando. Eu achei interessante, a minha reação. Pelos menores motivos, eu já ficava magoada. Ou então, eu simplesmente procurava motivos para ficar magoada. Eu me colocava propositalmente em situações difíceis. Depois de muitas dessas situações difíceis, a saudadade do sofrimento acabou.
E é assim,ao meio de cookies, bolos, cartas, músicas, e pessoas especiais, eu vou aproveitando ao máximo minha felicidada que eu sei, é passageira.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"But i know I had the best day with you, today"

O último dia das mães que passou, deve ter sido um dos melhores dias do ano. Quero dizer, aquele domingo, foi como os outros. Ou pelo menos, eu esperava que iria ser. Como de costume, fui visitar a minha avó. Mas, tive uma surpresa maravilhosa quando entrei pela porta e vi que não era apenas minha avó que estava me esperando. Mais três parentes queridos estavam sorrindo para mim quando entrei na sala. E esses parentes não são aqueles que quando você os vê, parece que toda sua felicidade se evapora. Muito pelo contrário. Quando os vi, um felicidade do tamanho do mundo tomou conta de cada parte de mim. A cada oportunidade que apareceu, eu os abracei com a maior vontade. Provavelmente, essa foi a primeira vez que os vi em 1 ano e meio.
Durante cada segundo do almoço em família, um sorriso iluminava meu rosto. E reparei que todos em volta da mesa faziam a mesma coisa. Durante as conversas, não falei nada. Estava feliz demais para isso. As vozes que eu não ouvia há muito tempo, eu estava ouvindo outra vez. Foi como escutar minhas músicas favoritas repetidas vezes. Talvez, uma mistura perfeita de todas elas. Enquanto eu estava rodeada por esses familiares, esqueci que uma tonelada de deveres me esperava ao chegar em casa. Eu esqueci de tudo. Queria aproveitar o máximo possível desse momento maravilhoso. Nesse dia, eu ri bastante, sorri bastante e me senti bem.
Nunca me esquecerei desse dia. Sempre me lembrarei dele com carinho, e com um sorriso no rosto.

sábado, 8 de maio de 2010

Just for you


Na maioria dos dias, sonho em sair voando para Londres. Mas hoje, meus desejos apontam para um lugar diferente. Para... Paris! Bom, esse desejo de voar para Paris, veio quando me lembrei que hoje é o aniversário de uma pessoa que para viver só precisa de de café e música. Isso mesmo. E ela mora lá em Paris. :) Fiquei pensando, mesmo não podendo entregar, em que presente eu poderia lhe dar. Então, me lembrei da conversa que tivemos esses dias... Ela me disse que o melhor presente que poderia lhe dar, seria continuar escrevendo. Claro que fiquei feliz com isso. Bem, resolvi escrever um 'conto' baseado nela. Espero que vocês gostem, e principalmente, que a aniversariante goste:



Já estou cansada de tudo isso... Principalmente das pessoas ao meu redor. É como se aqui não fosse meu lugar. Perfeito. Isso mesmo, perfeito. Pelo menos assim, será muito mais fácil deixar tudo para trás. Não completamente, voltarei quando puder. Mesmo assim, a parte mais difícil de encarar, será deixar Amanda. A minha vontade mesmo, é de gastar todo o dinheiro que economizei para comprar uma passagem para ela também. Mas diferente de mim, ela não aguentaria a saudade. Já está sendo horrível para ela ter que me deixar partir. Imagine só deixar todos. Mas por outro lado, eu adoraria tê-la por perto, por onde eu for. Os dias passariam mais rápidos com ela junto. O que me resta a ir visitá-la em qualquer folga que aparecer.

-Filha, tem certeza que é isso mesmo que você vai querer? - minha mãe sempre foi muito preocupada - Quer mesmo ir tão longe só para fazer faculdade?
- Sim, mãe. Absoluta certeza. Você sabe que vou sentir saudades. Não é? - não queria deixar transparecer a minha pressa de partir logo.
-Mas... Paris é tão longe! E você sabe que, com meu trabalho, eu não vou poder ir te socorrer...
-MÃE! - eu gritei - Já sei me cuidar, obrigada. Qualquer coisa eu... Ah, eu arrumo alguém para me ajudar. Mas eu não vou precisar. Eu sei disso.
-Tem razão. Você sabe se cuidar. - tenho certeza que ela fizera de propósito, ela não tentou disfarçar que estava mentindo.
-Ótimo. - disse eu fingindo que acreditara - Agora, vou ligar para Amanda. Quero me despedir. Será bem menos doloroso por telefone.

E assim, subi as escadas, e corri para o meu quarto. Peguei o telefone e disquei o número que eu discara um milhão de vezes ou mais, desde que eu conhecera Amanda.
-Amanda falando.
-Oi! - foi só o que consegui dizer. Mas do jeito que Amanda ama falar, acharia algum assunto.
-Allison! Você já deve estar de saída! Sabia que você iria ligar. - disse Amanda, comprovando a minha teoria.
-Sim, estou de saída. Eu sei que agente tinha combinado de não se despedir mas eu não aguentei. Desculpa. - disse eu com um tom de nervosismo.
-Que isso, tudo bem. Eu gosto de ouvir sua voz, me faz um bem tão grande! - consegui sentir seu sorriso enquanto disse essas palavras.
-Ah, e eu adoro sua risada. Me faz rir também.
-Alison, bem que você podia ter ganho duas bolsas de estudo. Hum... Agora vou ter de aguentar a saudade por... Um longo tempo. - agora, só consegui ouvir tristeza em sua voz.
-Já tive uma sorte imensa ao ganhar uma. Seria pedir demais ganhar duas.
-É, você tem razão.
-Amanda, preciso ir agora. Um beijo no seu coração. Eu te amo.
-Outro. Eu te amo mais.
Com lágrimas no rosto, desliguei o telefone.

Muito bem. Aqui lá estava eu, parada no meio do aeroporto de Paris, depois do vôo mais cansativo da minha vida. Meu rosto estava mergulhado em um mapa que minha mãe comprara para mim. Ela tinha garantido que com ela, não me perderia. Ela estava enganada. Sou horrível com leitura de mapas. Então, levantei meu rosto. Foi quando avistei minha salvação. Também bolada pela minha mãe, acredito. Um homem de uniforme segurava uma placa com meu nome escrito em preto. Caminhei até o homem de uniforme. Analisando bem, este homem já havia uma certa idade. Tirei essa conclusão quando vi seu cabelo grisalho.
-Bonjour! - tentei disfarçar meu cansaço.
-Bonjour! Vous désirer parler en français ou en portuguais? - me perguntou o homem de uniforme.
-Ah, je désire parlez le portugais. Le portuguais brésilien. - eu respondi, com um sorriso no rosto. Ah, eu prefiro falar o idioma que estou acostumada.
-Prazer, eu me chamo Paul. - disse o homem de... Quero dizer, Paul.
-Eu me chamo Alison. É, você pode me levar até...
-Sua mãe já me passou todas as informações, não se preocupe.
Segui Paul até um carro preto. Ele me levou até um prédio de cor branca.
Quando cheguei no apartamento, levei um susto. Aquilo devia ser dez vezes o meu quarto! Tudo bem, não era grande coisa mas, mesmo assim, tudo era meu. Quer saber, posso me acostumar com isso. Posso me acostumar com Paul, e claro, com o apartamento. Me dirigi até uma janela grande, que se situava na sala principal, e levei um outro susto. Da minha sala, eu podia ver a "Tour Eiffel". Sim, eu posso me acostumar com isso.


Nota: Alguns fatos são veridicos. Outros são somente frutos da minha imaginação.
Bê, feliz aniversário.